O bom velhinho – ou ilusório velhinho – já está desempregado, mas ele é multifacetado, agora é hora de ser Rei Momo, depois o Coelhinho da Páscoa, a seguir a Mãe de todos,..., ele “vira” até namorado, não importa a sua face, o que importa é que o povo fica cada vez mais consumista, compra muito. O mês de dezembro deixa o comércio cheio de dinheiro e o assalariado com os bolsos e as bolsas vazias bem rapidinho, a poupança nem é lembrada. O décimo terceiro acaba logo e o cartão de crédito entra em cena. As lojas imploram por eles. Os e-mails que recebemos são em efeito cascata, um após o outro. Promoção – de mentirinha – de tudo, muito fácil comprar, difícil é equilibrar as contas depois da “festa”.
Se levarmos em conta o Papai Noel, do mundo machista, apenas sendo ele mesmo, uma pessoa gorda, idosa e com barba branca comprida e uma barriga enorme, sem contar com o mutismo. Fala quase nada ou nada, mas acena bastante. O interessante é que as mães compram os presentes e, mesmo assim, continuam sendo o “Papai Noel”. A figura de bonzinho está na abstração de algumas crianças, criada pelo comércio para estimular o consumismo, pois quando essas crianças se deparam com ele ao vivo nas lojas, ficam com medo ou acanhadas. Há algumas crianças – grandes – que simulam tanto para os pais que acreditam nessa ilusão ao ponto dos pais acreditarem que elas ainda acreditam em Papai Noel, ou seja, elas próprias já são os “papais noeis” dos pais. E a vida segue muito feliz até que os pais descobrem que ficaram “Velhos Noeis” e já se transformaram em “Vovôs Noeis”, a ilusão continua, passam a criar os filhos, netos e...
Chaga a hora da distribuição dos presentes. Todos compraram – com dinheiro ou cartão de crédito em parcelas – presentes caros. É, as pessoas não querem ficar numa situação inferior comprando presentes baratos, o ideal é o caro mesmo. E vocês já perceberam que alguns presentes são inúteis, depois do: “Adorei!” o quarto de entulho é contemplado, lá são esquecidos para sempre. É o famoso amigo secreto. Tem também o inimigo secreto, que é uma brincadeira de mal gosto, bem apreciada por aqueles que não fazem uma reflexão sobre o verdadeiro sentido de Natal. Logo uma pessoa detona com a outra e fica tudo bem.
Junto com o final das festas, além do emprego dos Papais Noeis, os outros empregos vão-se embora. Aqueles chamados de temporários. Vender em lojas parece fácil. Atender de qualquer jeito, sem saber preços dos itens, sem saber atender bem os clientes, mas é festa, não precisa ser bom no atendimento, o cliente tem dinheiro, as lojas estão cheias e “o dinheiro está ávido” para sair das bolsas e dos bolsos. Tem outra, os funcionários ditos “fracos” só ficam dois meses mesmo.
Artigo publicado no jornal Tribuna Independente no dia 2.1.2011
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