sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É tempo de escolher a escola



Roselene Nunes de Lima

           
            O fim de ano se aproxima e os pais já ficam na expectativa de matricular seus filhos nas melhores escolas. Começam a procurar as mais próximas de suas casas, principalmente se os filhos são bem pequenos. Eles querem conhecer a metodologia e o funcionamento das escolas visitadas. Embora, isso ocorra mais na rede particular, porque a gratuita eles matriculam naquela que tenha a vaga para o nível de seus filhos.
            Os pais e as mães trabalham deixando, muitas vezes, seus filhos com o avô ou a avó fazendo o papel de pai e mãe, que também têm o que fazer, e como têm! Então, aqueles procuram uma creche ou escolinha para deixar a criança o dia inteiro. Mas, é importante ter cuidado com essa socialização muito cedo. As crianças ainda não têm condições de serem alunos, pois precisam ter um contato maior com os familiares, precisam da socialização de dentro de casa.
            Muitas vezes encontramos colegas que reclamam da escola do filho, porque a criança apanhou ou levou uma mordida do colega, esses pais culpam a escola ou culpam os pais das outras crianças por tal comportamento, dito agressivo, ficam magoados profundamente e esquecem de conhecer o próprio filho, das necessidades dele e de suas fases.
Até os dois anos de idade a criança está na fase sensório-motora, fase em que sua conduta social é de isolamento e indiferenciação, ou seja, o mundo é dela. As principais características observáveis durante essa fase são: a exploração manual e visual do ambiente; a experiência obtida com ações, a imitação; a inteligência prática, através de ações; ações como agarrar, sugar, atirar, bater e chutar; as ações ocorrem antes do pensamento; a centralização no próprio corpo; noção de permanência do objeto. Já na fase pré-operatória, que vai dos dois aos sete anos de idade a criança passa a ter o egocentrismo intelectual, ela acredita que a realidade é aquilo que ela quer. A criança não consegue assumir o papel ou o ponto de vista do outro. Portanto, nas duas fases, teremos de ter muita cautela ao matricular os nossos filhos, pois as outras crianças podem ser “vítimas” deles.
Antes de completar os dois anos a criança não deve assistir televisão ou ir a lugares muito badalados, como shows, campo de futebol ou festas muito barulhentas, mesmo que seja a sua própria festa, pois ela tende a ficar muito acelerada e dar trabalho na escola mais tarde. O ideal é matricular nossos filhos nas escolas a partir dos seis anos de idade e deixar a cargo da família fazer a socialização até lá.

Artigo publicado no jornal Tribuna Independente no dia 19.11.2010

sábado, 13 de novembro de 2010

Problemas elaborados no curso de Pró-letramento de Matemática


Problemas de autoria das cursistas do
 Pró-letramento em Matemática 2010
Tutora Roselene Nunes de Lima e
Auxiliar Janaína Ferreira de Lima
Tema: medidas e grandezas

1. (Grupo das Verdinhas) Clara ia ao cinema assistir a sessão das 18h30, só que ela saiu de casa às 18h10. Quanto tempo Clara gastou para chegar ao cinema?

Discussão: este problema induz que o aluno responda 20 minutos, mas não há informação do tempo que ela gasta para chegar ao cinema, portanto o problema não tem solução e foge das respostas triviais. Excelente para que o aluno conheça outros caminhos para pensar na solução.

2. (Grupo das Reagrupadas) Anote em seu caderno, com a ajuda dos seus pais, a sua alimentação pela manhã, tarde e noite com respectivos horários, com dias e datas organizando numa tabela. Anote uma semana do mês de novembro.

Discussão: esta proposta de trabalho é muito relevante para ajudar a professora a identificar as quantidades calóricas consumidas pelos alunos nesses três turnos. Podem-se compreender conteúdos atitudinais e procedimentais na vida cotidiana dos educandos, além de se trabalhar operações aritméticas e conteúdos em estatística e ciências.

3. (Grupo das Meninas Pequenas) A amplitude térmica é determinada pela diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima. Num dia de verão, a temperatura máxima foi de 37°C e a amplitude térmica foi de 12°C. Qual foi a temperatura mínima nesse dia?

Discussão: pode-se reforçar que diferença, em matemática, é o mesmo que a operação de subtração. O problema é interdisciplinar e pode ser usado para fazer um estudo num mês em determinada cidade. É interessante trabalhar números negativos, pois a criança já tem o conhecimento dessas informações através da televisão, trabalha-se operações aritméticas e conteúdos em estatística e geografia.

4. (Grupo das Meninas Super Poderosas) Sandra foi ao centro da cidade com o seu 13º salário, fazer compras de fim do ano. Comprou um vestido por R$80,00, uma sandália por R$120,00 e uma bolsa por R$60,00. Do seu 13º salário sobrou R$250,00. Qual é o valor do 13º de Sandra?

Discussão: este problema sugere a resolução simples e só precisa de cálculo mental. Outra forma de elaborar este problema seria a de mudar a pergunta para que ele não tenha solução, até porque precisamos levar problemas que surpreendam os nossos alunos. As propostas a seguir não têm soluções, na primeira não há informação suficiente para saber o valor do salário dela; na segunda proposta ela gastou mais do que levou e o problema não menciona que ela tenha levado cartão de crédito, pois alguns alunos gostam de dar opinião no texto quando não existe informação para isso. Nessa proposta o aluno deverá responder que faltou dinheiro.


Sugestão para outras perguntas:
·         Sandra foi ao centro da cidade com o seu 13º salário, fazer compras de fim do ano e ainda sobrou troco. Comprou um vestido por R$80,00, uma sandália por R$120,00 e uma bolsa por R$60,00. Qual é o valor do 13º salário de Sandra?
·         Sandra foi ao centro da cidade com o seu 13º salário, que é R$450,00, fazer compras de fim do ano. Comprou um vestido por R$180,00, uma sandália por R$120,00 e uma bolsa por R$160,00. Quanto sobrou do seu dinheiro?

5. (Grupo das Sempre Juntas) Elabore uma lista com dez produtos vendidos em quilogramas (kg) ou em gramas (g). Observe a tabela:
Produto
Massa em gramas (g)
Pacote de café
500
Feijão
1000
Macarrão
500
Tempero
50
Charque
250
Goiabada
250
Margarina
250
Arroz
1000
Uva
300
Batata
750

De acordo com cada produto relacionado acima, responda:
a)      Relacione com quantos produtos, em gramas (g), podemos formar um quilograma (kg).
b)      De acordo com os produtos, você só poderá levar na sua embalagem 5 quilogramas (kg). Quais os produtos você irá comprar? Quais são os produtos que ficam fora da embalagem?
Metodologia:

·         Solicitar aos alunos para trazer de casa embalagens de produtos alimentícios em quilogramas (kg);
·         Socializar com a turma os produtos e as respectivas massas (em gramas);
·         Colocar no quadro (lousa) todos os produtos trazidos (em gramas);
·         Conteúdos que podemos trabalhar além de grandezas e medidas: sistema monetário, geometria (com algumas embalagens), operações aritméticas, conteúdos relacionados a estatística e ciências.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010






Fundo da cadeira


Fundo da cadeira

Casa de garrafa


 









































Fora de ordem e sem estilo



Roselene Nunes de Lima

                Você vai ao hipermercado ou ao supermercado e vê cada uma que até duvida que aquilo possa acontecer, enquanto ser civilizado. Deveria ter um aviso na porta dizendo o que vamos encontrar lá dentro.
Leia o aviso para esse comércio: Aqui você verá um espetáculo proporcionado por pessoas que esqueceram um monte de coisas que a vida ensina ou talvez tenha ficado sem ensinar. Verá algumas pessoas tomando cerveja, refrigerante, iogurte, suco e água de coco; ainda verá algumas pessoas comendo salgadinho, biscoitos, pipocas e outras delícias. Você pode até se perguntar: Mas, qual é o problema de ver tudo isso lá dentro? Não há problemas, até porque aquele é um ambiente para tudo isso. Só que algumas pessoas fazem isso durante as compras, mesmo ouvindo aquela voz masculina ou feminina, muito agradável, dizendo que não consumam produtos e nem abram as embalagens no interior da loja. Tem gente que consome no caminho do caixa e, muitas vezes, deposita a embalagem no lixeiro antes de pagar. Então, eu pago, você paga e todos pagamos pela despesa alheia. Quer dizer que quem não consome também não pode reclamar com a moça ou o rapaz do caixa porque eles logo falam que receberam instrução para não reclamar com os clientes.
Outro aviso importante é que devemos aguentar cenas de pais que esquecem o que ensinaram aos filhos. Pois, tem, também, aquela criança de seis ou sete anos que a mãe ou o pai coloca no carrinho de compras, em pé, ocupando o carrinho e sujando-o bem, com os sapatos vindos de qualquer lugar cheios de bactérias. Já estamos cheios de bactérias, não queremos mais.
Nos banheiros públicos as mães insistem em ir com os filhos (sexo masculino) mesmo que eles sejam grandes o suficiente para irem sozinhos no banheiro masculino, eles passam a tirar a privacidade das mulheres daquele ambiente e a mãe diz que é criança e não imagina que o filho um dia será um homem, será que essa mãe continuará levando-o ao banheiro? Não se tem conhecimento de um pai levar uma filha no banheiro masculino. O que é que está havendo?
Tem outro fato importante e muito corriqueiro num estacionamento de lojas e supermercados, é a confusão que é causada pelos apressadinhos de plantão, tem até colisão. Existe sinalização nesses estacionamentos, mas muitos motoristas não se ligam ou não querem se ligar. Se fôssemos educados não seria necessário quebra-molas nesses lugares.
Quer saber mais uma dos hiper e supermercados? São as filas para poucas compras. Na placa tem um aviso sobre o limite máximo de itens. Tem gente que leva o dobro e não fica nem aí para aqueles que são justos.
Não dá para essas lojas disciplinarem as pessoas depois de adultas, é bom se ligar que a falta de estilo está cada vez mais frequente.

Artigo publicado no jornal Tribuna Independente no dia 12.11.2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Já elegemos. E agora?

Roselene Nunes de Lima
               
                No dia de votar, muita gente vai contrariada, pois se comenta aqui e ali que nosso País e nosso Estado não estão melhores como poderiam ou como deveriam estar. Muitas tarefas ainda por fazer. Políticos que estão indo para o segundo mandato e prometendo fazer o que não foi feito, embora o tempo do primeiro mandato tenha dado para fazer muito e não foi feito. Quantas promessas nas áreas mais necessitadas. Até aqueles que não assistem ao guia eleitoral sabem que as promessas são para educação, saúde e segurança. É falado em melhora, em hospitais que serão construídos e reformados, policiais e professores que serão contratados através de concurso, as escolas que terão as reformas necessárias e atenderão a população na sua totalidade. Será? Queremos muito a realização de tudo isso.
                No Brasil são feitos vários projetos sem planejamento. No nosso dia a dia acontece muita falta de planejamento, mas quando não dá certo mesmo planejando? Dá até para lembrar, sem saudades, dos nossos professores da universidade pública que marcavam uma avaliação e faziam as questões no quadro e, quando todos já estavam pensando por mais de uma hora, resolvia dizer que uma questão ou duas não deveriam estar ali, porque são complexas ou sei lá, que os alunos não considerassem, ai de quem reclamasse. Se a cabeça já estava doendo, imagine o que teria ocorrido depois de bombas como esta.
                 Há em Maceió um monte de grotas com muita gente boa morando, que são visitadas no período da campanha eleitoral, eu tenho muitos alunos nelas, são maravilhosos e estudiosos. Infelizmente precisam de todo sacrifício de ir e vir. Subir, descer, subir, descer... Compara-se, também, com os sucessos e os insucessos na vida cotidiana.
A dona Zefinha mora em uma grota, já na parte final, ou seja, no fundão, sem ter muitas chances na vida, analfabeta, empregada sem emprego, um dia em cada canto para fazer um serviço que lhe renda poucos reais para se sustentar, que ninguém queira saber como é que ela se sustenta, porque só em escrever sobre ela já me faz sofrer. Hoje limpa os porcos que cria, amanhã lava roupa na casa do Zé e no outro dia na casa da Maria, e assim vai, um sofrimento sem fim. Ela mora em condições sub-humanas, numa grota, no Benedito Bentes,  e adoraria não ter que descer e subir todos os dias, além de “nadar”, em dias chuvosos para sair ou chegar a sua casa. A dona Zefinha pensa que o ideal é não votar em ninguém. Usa a prerrogativa de que não é obrigada a votar, por não saber assinar o nome, e não vota, acha até bom. O mundo dela melhora na hora das novelas e cochilos numa cadeira. É, ela tem TV, alguém lhe deu esse presente, essa ilusão.
Para as donas Zefinhas do Brasil, desejo sucesso e felicidade! Espero que algum dia tenham.
Artigo publicado no jornal Tribuna Independente no dia  6.11.2010