A educação é muito parecida com a homeopatia. É preciso o tratamento homeopático para nos livrar de certos males, mas não podemos desobedecer ao que se prescreve como medicamentos e regimes. O resultado ocorre, não precisa se desesperar, pois é preciso paciência e perseverança. Pouco tempo depois teremos bons frutos daquele esforço que logo passou e foi muito válido. Infelizmente, o quadro que encontramos na educação é quase desesperador, as escolas precisando de reforma na estrutura física e nos bens móveis. O quadro funcional está desfalcado com tantos funcionários se aposentado e os concursos que não acontecem para os profissionais ocuparem essas vagas. Muitos contratos com baixo salário, pouco atrativo para que os contratados trabalhem pelo período estabelecido.
Não está sendo atrativo trabalhar na educação. Contamos com um limitado recurso humano e material. Algumas escolas, em Maceió, iniciaram as aulas, mas os alunos ainda não tiveram todas as aulas, falta professor. Quando a escola tem professor o suficiente para começarem as aulas, falta algo, como merenda ou material didático, sem contar com os ventiladores. As salas com 40 ou 45 alunos e o calor ficando mais intenso. Não adianta chover, o calor é grande.
O governo estadual distribuiu o material didático – mochila, cadernos, lápis, borracha, etc – e faltou distribuir carteiras escolares, cadernetas dos professores, ventiladores. O salário aumentou sem retroativo, como se todos os preços no Brasil tivessem sido congelados junto com o salário, desde 2006.
Temos alunos órfãos de pais vivos que são carentes demais para aprender em um ano o que deveria aprender, precisamos socializar, conhecer e depois começar a ensinar os conteúdos a esses clientes. Nas aulas do noturno temos as mais diversas situações. Separar brigas, ouvir ambos os lados, tentar mediar o que, muitas vezes, não tem mediação. Servimos de mães e pais, somos também muito xingados por eles, porque acham que podem fazer isso, não existe aquele respeito “daquela época”. Os alunos falam alto, medem voz um com o outro. Pronto, já estamos no caminho “certo” da educação sem educação.
A dica é que todos façamos a nossa parte, é trabalhoso, mas dá bons resultados, vamos trabalhar para que a educação fique boa, porque não pode melhorar o que está ruim.
Artigo publicado no Jornal Tribuna Independente no dia 13.4.2011
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