sábado, 14 de agosto de 2010

Educação de qualidade com jogos e brincadeiras


Roselene Nunes de Lima


As brincadeiras e os jogos transformam os sentimentos das pessoas, exteriorizam suas vontades, necessidades, cognição, percepção, estratégia e um sem número de tantas qualidades. É no brincar que crianças, adolescentes e adultos expõem todas as suas qualidades, aprendem a se expressar, a criar, a se socializar e a compartilhar. É nesse momento que todos nós nos soltamos, mostramos o nosso verdadeiro “eu”, somos nós mesmos. Às vezes temos até surpresas com as pessoas, nem acreditamos que elas foram capazes disso ou daquilo, as reações são diversas.


Com jogos e brincadeiras passamos a conhecer as pessoas, seu comportamento e suas estratégias. Quando esses jogos e brincadeiras passam a ter um caráter educacional, seja pedagógico ou andragógico, os educadores passam a ter mais uma ferramenta educacional a seu favor, pois o momento de cognição, socialização e estratégia passa a ser mais intenso do que nos dias de aulas apenas expositivas, com conteúdos.


Se os professores conseguirem unir os jogos e as brincadeiras com os conteúdos da matriz curricular, então o ganho será bem maior tanto para educandos quanto para educadores.


Um filme, um quebra-cabeça, um jogo ou uma brincadeira fazem verdadeiros milagres no cotidiano dos nossos alunos, passamos a conhecer os conteúdos atitudinais dos alunos e passamos a aprender a lidar da melhor forma possível com eles, sem contar que os jogos e brincadeiras ajudam as pessoas a mobilizarem suas operações mentais: tomar atitudes, ter paciência com a outra pessoa, observar e respeitar o seu(s) comportamento(s), ter ou criar estratégias e saber analisá-las. É nesse momento que eles aprendem muito, inclusive a ter respeito pelas pessoas e pelas regras estabelecidas na sociedade.


Infelizmente alguns pais e mesmo alguns professores desconsideram a educação lúdica, não percebem que esta forma de educar é uma excelente alternativa para melhorar a prática escolar e recebermos respostas positivas para situações difíceis. Muitas vezes ironizam dizendo que a professora ou professor está enrolando a aula: “a aula hoje não foi nada não, o meu filho só brincou e participou de alguns jogos”. Nesta situação cabe aos professores conversarem com os pais e comunicarem a prática pedagógica da sua aula, é importante que nós nos apresentemos aos pais dos nossos alunos, falemos da nossa metodologia e convençamos esses pais ao ponto deles se tornarem nossos aliados no processo educacional. Precisamos de parceiros e, nada melhor que serem os alunos e seus pais ou responsáveis.


Enquanto a educação for tratada com ironia, desprezo e despreparo das pessoas que acham que entendem de educação dando opiniões infundadas não teremos qualidade e excelência. Você pode descobrir muito mais de um aluno em uma aula com brincadeira e jogo do que em um ano letivo inteiro só dando conteúdos.


Artigo publicado no jornal Tribuna Independente em 28.4.2010

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