Roselene Nunes de Lima
Uma coisa é certa, muita gente já falou que o filho ou a filha não consegue aprender, comenta com os parentes e amigos, pede conselhos, fica em desespero. Calma, até ficamos sem fôlego!
Vamos saber se esse filho ou essa filha de que se fala é responsável por não aprender ou é apenas a fala final de tanta angústia. “A solução é o professor particular, mas meu filho não passa, não tira notas boas, estuda e fica na mesma. Socorro!”. Professor particular não resolve esta dor de cabeça, é apenas um paliativo, não faz milagres, principalmente, quando a causa não é apenas a falta dele.
Primeiro precisamos entender a historicidade dos aprendentes em questão. As crianças e os adolescentes precisam de um tempo para dormir. Dormir bem, descansar para seguir o dia a dia e ter o prazer em fazer suas atividades escolares e extraescolares. Eles precisam de um tempo para diversão e outro para estudar. A alimentação deve ser boa, ou seja, bem balanceada contendo os nutrientes necessários para cada parte da dura batalha que é ser estudante e aluno.
As alergias surgem, a falta de concentração e a não aprendizagem se destacam logo que aquela criança sai dos anos inicias da Educação Básica, já tem 11 anos, entra no 6º ano e começam a aparecerem as notas baixas e as reclamações de desatenção. Nessa idade os interesses também mudam.
Temos vários aspectos para serem apontados antes de haver tanto desespero por parte dos pais. As salas de aula cheias demais, a alimentação de qualidade duvidosa e o excesso de atividades daquele aluno ou daquela aluna.
Segundo o Conselho Estadual de Educação, RESOLUÇÃO Nº 37 /2001 - CEE/AL existe um limite máximo de alunos matriculados por sala de aula, se observarmos saberemos que no Ensino Fundamental o limite máximo no 1º ano é de 20 alunos por sala, já e no 2º e 3º anos é de 25 alunos, para o 4º e 5º anos 30 alunos, no 6º e 7º anos 40 alunos e no 8º e 9º anos o limite é de 45 alunos.
Primeiramente, uma sala de aula apertada ou não, tendo mais que o limite máximo permitido de alunos atrapalha o bom andamento das aulas, não há aprendizagem com prazer nem o professor terá o rendimento que esperava no planejamento, a aprendizagem e a convivência entre alunos e professores ficam comprometidas. Mesmo que nós, professores, tenhamos boas estratégias para lidar com os alunos fica difícil de interagir, falar para eles e ser ouvido por eles. Em se tratando da atualidade, até com o limite permitido de alunos por sala fica difícil trabalhar com adolescentes energéticos.
Em segundo lugar, não estamos dando a atenção que a alimentação das crianças e adolescentes merece. Nossos alunos comem tantos produtos desnecessários que o organismo é capaz de pedir socorro constantemente com alergias, disenterias, insônias e o comprometimento do desenvolvimento cognitivo.
Por fim, temos que ter cuidado e controle com as tarefas diárias da garotada. Excesso de compromissos, é como se fossem executivos de multinacionais, são capazes de praticar duas ou mais modalidades esportivas, cursos de línguas estrangeiras e o tempo de aprender, pensar e se divertir fica em último plano.
O ideal seria que ficássemos mais vigilantes no limite de alunos da sala de aula, na alimentação e no excesso de atividades dos nossos filhos ou filhas. Aquele monte de guloseimas como batatinha frita milk-shake, sorvete, salgadinhos (que são cheios de aditivos químicos causadores de diversas alergias e doenças), pipoca amanteigada, pipoca de microondas, biscoitos recheados em geral, docinhos, fritura e o líquido preferido entre tanta gente que é o refrigerante, deveriam ser consumidos uma vez por ano ou nunca, mas é muito difícil controlar tantas boquinhas.
Artigo publicado no jornal A Semana na semana de 24 a 30 de maio de 2010
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