sábado, 14 de agosto de 2010

Educação e crítica

Roselene Nunes de Lima







A crítica pela crítica não faz ninguém – que é criticado – crescer. O crescimento se dá quando se critica dando subsídio ao crescimento, a aquisição de conhecimento, a aprendizagem significativa e a um bom entendimento nas relações interpessoais.


Sempre tem uma pessoa que critica um colega de profissão, julgando ser incompetente, irresponsável ou sem criatividade, no entanto, não mostra prováveis soluções para prováveis equívocos. Não ajuda e, muitas vezes, atrapalha. Ficando aquele mal estar no âmbito do trabalho ou familiar, não contribuindo para um convívio interessante e saudável.


Somos todos muito diferentes, a diversidade é grande, as diferenças estão em todos os aspectos, sejam relacionados à cor da pele, a sexualidade, ao gosto musical. Enfim, situações que não diminuem ninguém e às vezes incomodam algumas pessoas fazendo delas ferrenhas críticas ausentes de critérios ou argumentos válidos.


Um motorista critica outro por fazer uma “barbeiragem” no trânsito, um policial critica outro por ser corrupto, um médico critica outro por passar um medicamento que não passaria, um professor critica aquele que adota um livro que julga ser tradicional ou sociointeracionista, além de criticar a sua forma de lecionar.


Nós, professores, criticamos nossos alunos por eles terem defeitos. E as qualidades, aonde foram parar? Onde estão? Será que nós só “malhamos” as pessoas? Muitas vezes deveríamos nos colocar no lugar de um aluno ou colega de trabalho, assim suavizaríamos mais um pouco nossos comentários – às vezes maldosos.


Na hora de criticarmos exacerbadamente precisamos refletir o antes, o durante e o depois. O que leva uma pessoa a ser deste ou daquele jeito? Precisamos ter conhecimento de mundo, mas sem conhecermos as pessoas, suas frustrações, seus limites e seus anseios, nada adianta para convivermos com elas.


Você que é pai, mãe, tio avó, avô ou amigo gostaria que seu parente fosse criticado sem que aquela pessoa que critica o conheça realmente? É importante criticar desde que haja coerência nos comentários. É imprescindível conhecer as pessoas e os fatos antes de criticá-los.


Se estivermos falando a mesma língua, essa crítica ilógica não parece com preconceito? O preconceito tão abominado por quem critica e é criticado? Somos tão discriminadores, estamos sempre olhando o erro alheio e nos esquecendo dos nossos. Somos contraditórios?!


Artigo publicado no jornal Tribuna Independente em 25.3 2010

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