sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Elogio não se leva para casa.

Roselene Nunes de Lima






Vocês já perceberam que muitas vezes nós recebemos um elogio de uma ou outra pessoa não diretamente? Como assim? Uma pessoa que dirige uma empresa ou mesmo um colega quando quer elogiar alguém prefere um momento em que esse alguém não esteja. Fala bem, elogia você para uma ou mais pessoas e não faz isso na sua frente. Daí que ouvimos um colega falar que “fulano falou muito bem de você”, esquece que poderia fazer esse elogio diretamente a você, porque elogio não se deve levar para casa, deve ser feito na mesma hora que sentimos necessidade de fazê-lo, é importante, faz bem para quem elogia e também a quem é elogiado.


Muitas vezes um professor ou uma professora acredita nos alunos, acha que eles são maravilhosos, mas não os elogia, talvez para que eles não fiquem vaidosos e passem a fazer o contrário. Nas reuniões, os alunos são elogiados por um ou mais professores, mil qualidades, os defeitos sobrepostos por tantas coisas boas, aquele desconto nos erros. Quem não conhece aquele aluno educado, inteligente, presente e co-partícipe do processo ensino-aprendizagem?


Qual é o motivo, realmente existente, de não elogiar um aluno para ele e, sim para os outros professores? Nós, professores, precisamos elogiar nossos alunos, nossos amigos e demais pessoas, pois não faz mal a quem o faz nem a quem o recebe, muito pelo contrário, a autoestima daquela pessoa aumenta, ela fica mais feliz e até mais estimulada à criação e a ação.


Por falar em criação, é isto que queremos para nossos alunos. Alunos estimulados, elogiados, instigados são mais criativos e críticos. Devemos estimular os nossos aprendentes para que eles elogiem os colegas, infelizmente é o que pouco acontece, elogiem as pessoas que merecem e saibam argumentar com aqueles que merecem “um puxão de orelha”, para que estas melhorem a postura social diante dos colegas. Em resumo, façam aliados para lutar pela mesma causa.


Busquemos uma estratégia ou caminho para tratar nossos alunos muito bem, pois em pouco tempo teremos uma infinidade de trocas de delicadezas e os esforços valerão à pena. Dando bons exemplos sem forçar a barra, deixar que os alunos percebam que todos têm valor e podem viver sem prejudicar os demais. É importante mostrar aos alunos os seus pontos positivos, porque os negativos são apontados a todo o momento pelas pessoas sejam elas colegas, amigos, professores ou familiares.


Para que acabemos com as trocas de indelicadezas dos nossos educandos precisamos treinar com eles as atitudes inteligentes como respeitar os grupos, as pessoas em todas as faixas etárias, as pessoas julgadas como fora do “padrão”, que são os gordinhos e os magrinhos, por exemplo, precisamos ter atitude, paciência, inteligência, sabedoria e acolhimento, bom acolhimento com as pessoas.


É muito difícil educar, é um processo longo e árduo, cheio de “pedras” para atrapalhar e doer os pés. Mas, pensemos juntos: será que poderemos recolher tudo de bom de dentro da gente, fazer acontecer e melhorar a educação?


Artigo publicado no jornal Tribuna Independente em 18.5.2010

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