Roselene Nunes de Lima
Possuir conhecimento matemático não é o mais importante e único “canal” para se resolver problemas. Assim como algumas escolas acreditam que “encher” os alunos de conhecimento conteudista fará com que eles entendam, pensem e resolvam um determinado número de problemas ou infinitos problemas. Os alunos precisam e merecem conhecer as melhores formas de resolução de problemas escolares ou da ordem pessoal. Nós, professores, podemos fazer isso, ou melhor, temos obrigação, como líderes, de ensinar os aprendentes.
Para nossos alunos resolverem problemas, primeiramente precisamos parar com a ideia de impor conteúdos para a memorização, isso não os leva a lugar algum, não fazem deles melhores, só os fazem cansar. Decorar é coisa para ator e, mesmo assim, esses profissionais vivem esquecendo as suas falas é preciso gravar mais vezes o trecho esquecido. Depois do capítulo da novela já não é mais tão significante assim.
Que tal darmos início as leituras críticas, aos quebra-cabeças, as atividades significativas que precisam de agilidade e estratégia na resolução? E ainda podemos inserir nas aulas jogos que nos ensinam mais do que qualquer aula conteudista.
Sabe-se que precisamos socializar nossos alunos nos primeiros meses de aula, precisamos conhecê-los e eles precisam nos conhecer. Após essa etapa tão importante de socialização, então poderemos adentrar aos conteúdos do currículo escolar de forma inteligente. Que usemos as diversas disciplinas como ferramentas para resolver as situações-problemas de acordo com o sujeito que estamos trabalhando. Podemos lançar mão de um texto do jornal, de revista ou de livros, utilizar um vídeo para gerar crítica argumentativa e aprendizagem de como se entra numa discussão.
Temos alunos que conseguem resolver um monte de exercícios do livro de matemática e, na maioria das vezes, são apenas exercícios procedimentais, ou seja, se aprender a fazer um exercício conseguirá fazer mais quantos quiser, de acordo com o modelo, daí que quando muda para uma questão de pensar ele diz: “Eu tirava tanta nota boa, mas agora...” Outra atividade que faz os alunos serem meros repetidores de procedimentos são as equações sem contexto, apenas a resolução. Aprende-se a resolvê-las e assim podem fazer quantas quiser e forem necessárias para fixar a ideia de resolução. Mas se for colocado um problema para esse aluno resolver a partir de uma equação que será pensada por ele? Será que esse aluno estará pronto para criar, ou não?
Se conseguirmos inserir nossos alunos num meio pensante, criativo, formador de ação e opinião, então estaremos dando um bom passo para o crescimento deles e eles conseguirão adquirir os conteúdos de forma mais inteligente e de maior apreensão, eles passarão a ter mais prazer em ir às aulas, a lerem textos diversos e saberão resolver problemas matemáticos e pessoais. Nós, professores, não podemos fazer do aluno apenas um agente passivo da aprendizagem, não podemos fazer do nosso trabalho uma “arma” para castigar, reprovar e anular o conhecimento do nosso aluno. Temos que parar de confundir ensinar com transmitir.
Artigo publicado no jornal Tribuna Independente em 26.5.2010
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