Roselene Nunes de Lima
Professora e Psicopedagoga
roseanis@ig.com.br
Greve dos professores estaduais ou municipais. As assembleias, geralmente às 9 horas, pois quando termina, a passeata ganha as ruas da cidade em busca de apoio das pessoas e a caminho do gabinete, seja do governador ou prefeito. Os representantes do sindicato à frente sempre falando, através de carro de som, sobre a verba que se tem no órgão governamental e que é tão pouco utilizada com as necessidades educacionais.
A concentração de pessoas, a depender do dia, é grande ou pequena. Somos xingados porque “atrapalhamos” o trânsito ou porque dizem que não somos importantes. “Meus filhos não estudam na escola pública”, alguns dizem. As manifestações não têm violência física nem verbal, mas os governantes estão sempre protegidos pela polícia bem armada para tomar conta da situação. Nós somos professores, não gladiadores, usamos a fala para buscar as conquistas.
Infelizmente os comentários começam a surgir entre a própria classe profissional ou em outras classes profissionais que não somos unidos. Que dedução equivocada dessas pessoas que deveriam pensar bem e montar o quebra-cabeça fácil, muito fácil.
Vejamos o que é ser professor (a). Somos responsáveis por pessoas desde muito pequenas até bem adultas, da Educação Infantil até a Educação Superior. Somos profissionais liberais e muito responsáveis, trabalhamos em duas ou mais instituições de ensino, não somos remunerados como deveríamos. Então as pessoas falam que não somos unidos. Como? Somos profissionais em busca de um salário em dia e satisfatório, temos necessidades básicas e educacionais, fazemos cursos, compramos livros, estamos nos qualificando sempre para melhorar a educação dos seus filhos, caros leitores. Não adianta dizer que a manifestação tinha pouca gente, apontando este motivo para dizer que somos desunidos ou que não queremos trabalhar.
Imagine aquele professor que leciona à noite na escola que está em greve, mas não vai as assembleias aumentar o número de manifestantes. Pela manhã ou à tarde esse professor está lecionando em outra escola e faltar para ir a manifestação seria pura irresponsabilidade.
Então, deveríamos primeiro pensar nos porquês dessas ausências as manifestações para depois termos argumentos às críticas. Que tal conhecermos a história de cada categoria profissional? Esquecer um pouco o senso comum. Quando a greve não é de profissional liberal fica mais fácil os manifestantes se manterem nas passeatas o dia inteiro. Lembre-se da greve de Satuba no dia 23.07.2010, a BR-316 foi bloqueada, imagine os xingamentos que houve com a nossa categoria.
Precisamos conhecer as reivindicações das categorias antes de criticá-las!
Artigo publicado em 28.7.2010 na Tribuna Independente
Aqui no Rio a coisa não é muito diferente.
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