sábado, 14 de agosto de 2010
Educação versus violência
Roselene Nunes de Lima
Já está se tornando rotina a mídia noticiar casos de violência na escola, seja violência física ou verbal. Adultos, crianças ou adolescentes, ninguém escapa das coisas ruins que a sociedade nos apronta. Aquele xingamento constante chamado de bulling, aquelas mangações com a mãe do colega: “a sua mãe é cachaceira” e “a sua é catadora de lixo”. As brigas por motivos alheios ao nosso entendimento, banais. Num momento houve briga por causa de namorado ou namorada, em outro momento a briga é porque uma pessoa olhou com a cara feia, chamou de gordo (a), deu um apelido maldoso, ou seja, motivos não faltam para que seja descontada a raiva com tapas, chutes, pontapés, beliscões e até arremesso de objetos pesados.
Cansamos! E agora, o que devemos fazer? Uma das coisas que nós, educadores e educandos, não podemos fazer é sermos omissos. Cada caso que omitimos é motivo do agressor se tornar forte e continuar a imperar na área. Teremos que achar uma saída para mais uma mazela da sociedade. Devemos estar cada vez mais atuantes, educando nossas crianças com muita cautela, pois do jeito que está os pais sozinhos não estão conseguindo fazer.
Muita gente sente falta da educação de 30 ou 40 anos atrás, dizem que todos aprendiam com paz. Na verdade o que as pessoas sentem falta é de que as crianças tenham pai e mãe (família) atuantes, não importa se estão juntos ou separados, mas que estejam tomando conta dos filhos e dando limites e estimulando-os para que tenham objetivos, e não fiquem achando que seus filhos são sempre inocentes e que são sempre vítimas por atos incidentais que possam vir acontecer.
Pois é, limites. Hoje os filhos não querem ouvir os pais, até porque muitas vezes os pais não respeitam os filhos e nem se respeitam. Limite não significa tirar todas as coisas que os filhos gostam de fazer, é impor um limite de horário para todas as atividades diárias de uma pessoa normal realizar. As famílias estão se desestruturando e os adolescentes evoluindo muito rapidamente e, infelizmente, partindo para um lado indesejado se projetando para, futuramente, cometerem atos ilícitos. Os objetivos relevantes estão sendo deixados de lado.
Naquela época os pais iam a escola saber se os seus filhos estavam bem e eram bem recebidos por eles, alunos ficavam orgulhosos por saberem que alguém da sua família esteve ou estava na escola. Hoje se uma mãe vai a escola saber se o filho adolescente está bem, ele logo diz: “que mico, minha mãe aqui, ela acha que sou criancinha.” E acabando com essas visitas às escolas, os filhos mais energéticos ficam muito soltos e se sentem o dono do “pedaço”.
Agora, por causa da violência crescente, a escola está resolvendo assuntos mais da ordem social do que da aprendizagem propriamente dita. O que ocorria antigamente beneficiava a aprendizagem escolar, porque naquela época os problemas sociais não precisavam de tanta atenção da escola.
Pais ou responsáveis pelos alunos matriculados, não passem a responsabilidade que é, principalmente, de vocês para os educadores e, lembrem-se que nem sempre os filhos de vocês são inocentes nos casos ocorridos. Por favor, vamos fazer a educação dessas crianças e adolescentes juntos, essa é uma parceria que dará certo.
Artigo publicado no jornal Tribuna Independente em 5.5.2010
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